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Amor de irmãos

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Mensagem  Esme' Qua Ago 18, 2010 4:19 pm

Bem, pessoal, isto foi um texto que eu escrevi há já algum tempo.
Vou pô-lo aqui para saber da vossa opinião. Digam-me o que acham ^^
Não vou fazer resumos porque não é preciso, a história e tudo percebe-se bem portanto leiam e deixem a vossa opinião 8D
Okay, aqui têm : D



Lembro-me do dia em que chegaste a casa, bêbedo, todo molhado. Naquele momento tinha raiva e pena de ti ao mesmo tempo, por isso não sabia se havia de te deixar entrar ou se te deixava lá fora, ao frio, todo molhado e só com a luz da lua a iluminar-te, então a pena venceu a raiva e deixei-te entrar. Pus-te um cobertor por cima das costas, dei-te um copo de leite quente, e deitei-te na minha cama por baixo dos cobertores. Deitei-me a teu lado, adormeceste e eu estava a ver-te dormir. Depois, decidi acordar-te e ir buscar outra roupa para puderes vestir e parares de tremer, dei-te um pijama do nosso pai, tu vestiste-o e deitaste-te outra vez adormecendo logo de seguida. Reparei que já não tremias muito mas decidi por mais um cobertor na cama. Fui buscar o cobertor e quando voltei ao quarto, tu já não estavas lá. Fiquei desesperado, claro, percorri a casa toda, mas não havia nenhum sinal de ti, onde te terias metido?! Saí de casa a correr, fui procurar-te nos locais onde costumavas ir mas nada… não havia sinais de ti. Comecei a bater às portas todas do nosso bairro para perguntar se te tinham visto mas ninguém te tinha visto passar. Fui ao sítio onde só nós os dois nos encontrávamos para falar a sós e aí encontrei-te a dormir no chão enrolado no cobertor que eu te tinha dado, estavas outra vez todo molhado, já estavas a escorrer e eu também não ficava muito atrás. Quando te vi, corri para ti, e deitei-me a teu lado, tentei acordar-te mas tu não me respondias nem te mexias. Levei-te para casa, já era de manhã, o pai e a mãe já tinham saído para o trabalho. Aqueci-te bem mas tu continuavas sem te mexer, então decidi chamar um medico. Os médicos são sempre a mesma coisa, demoram uma eternidade a chegar ao local, e eu já não sabia o que fazer contigo. Estavas tão mal que eu fiquei a olhar para ti com imensa pena e comecei a chorar, abracei-te como se fosse a última vez que eu te ia ver. Senti os teus lábios no meu ouvido, sorri, quando olhei para ti, ainda tinhas os olhos fechados mas disseste ‘eu estou bem, só preciso de descanso’ não acreditei como é óbvio, entretanto tocaram a campainha, fui abrir, era o médico, finalmente tinha chegado. Tu estavas no sofá da sala, conduzi o médico até lá e ele examinou-te. Disse-me que estava tudo bem contigo, mas que podias estar em coma alcoólico. O médico disse-me para ficar ao pé de ti a noite toda, se não conseguisse que pelo menos dormisse ao pé de ti, e que se na manhã seguinte ainda estivesses no mesmo estado para o chamar outra vez. Dormi ao pé de ti nessa noite, deitado no chão, sem nada em cima de mim. Na manhã seguinte quando acordei tinha um cobertor por cima de mim. Levantei-me dum salto e olhei para o sofá, tu estavas a dormir com outro cobertor por cima de ti. Pensei logo que tinha sido o pai ou a mãe mas quando fui a cozinha vi um bilhete que dizia: ‘Queridos filhos, na próxima noite não estaremos em casa. Durmam bem e tomem o pequeno-almoço de manhã e portem-se bem, beijos, mãe’ portanto só podias ter sido tu a cobrir-me e a ter ido buscar outro cobertor para ti. Acordei-te com jeitinho, abriste os olhos e logo que olhaste para mim sorriste, eu também sorri e perguntei-te se tinhas sido tu a nos cobrir durante a noite. Respondeste-me que sim, fiquei muito mais aliviado, porque assim pude saber que estavas mais ou menos bem, ou seja, que já te mexias, não estavas como no dia anterior em que nem te mexias, nem sequer abrias os olhos, reparei que hoje te sentias melhor, estavas com um bom humor. Decidi não chamar o médico, mas ele apareceu lá em casa na mesma e examinou-te mais uma vez, disse-me que com mais uns dias de descanso tu ficarias bom. Dormi as noites seguintes todas na tua cama, ao pé de ti, antes de tu adormeceres numa noite, depositei-te um leve beijo na testa. Recuas-te e quase gritaste ‘andas a virar mano?!’ tapei-te logo a boca para não gritares e não te esforçares e fiquei preocupado porque eu sempre te tinha dado um beijo daqueles, todas as noites eu fazia aquilo e tu naquela noite estavas muito mais estranho. Mais uma noite passada, quando acordei fiz o pequeno-almoço e fui acordar-te para ires tomar o teu. Quando te abanei devagarinho, tu olhaste para mim e viras-te logo a cara. Parecia que não me querias ver ou mesmo que não me conhecias. Nesse dia estiveste todo o dia na cama, não te conseguia tirar de lá. Voltei a chamar o médico, ele desta vez até veio rápido e esteve a tentar falar contigo, a tentar examinar-te o corpo para ver se tinhas alguma coisa de mal, mas tu não deixavas que ninguém te tocasse. Tivemos de te examinar a força e eu prendi-te e o médico examinou-te, mas mesmo assim ainda estrebuchavas um bocado. Falei com o médico na porta quando ele se estava a ir embora e perguntei-lhe se tinha visto alguma coisa de mal em ti, ele disse-me que tu podias estar com amnésia. Comecei a chorar, pois tu já não me conhecias, já não podia fazer nada, mas depois de me teres visto todos os dias achei que estavas a começar de te lembrar de alguma coisa e chamei, mais uma vez, o médico, ele veio e tu lembravas-te dele, depois lembraste-te do lugar onde tavas mas de mim não te conseguias lembrar, nem de mim, nem dos momentos que passamos os dois juntos. Era frustrante saber que te conseguias lembrar de tudo menos de mim. Eu naquele momento só queria morrer, sabia que a pessoa que eu mais amava, o meu irmão, já não me reconhecia, então naquele momento eu saí de casa e fui dar uma volta, estava frio, a chover, e a cair granizo, fui para aquele canto só nosso e lá comecei a chorar sem conseguir parar. De repente sinto umas mãos a envolverem-me, virei-me e até pensei que estava a sonhar porque tu estavas atrás de mim, levantei-me e abracei-te com tanta força que até senti as tuas costas estalarem. Desta vez foste tu que me depositaste um beijo, mas desta vez foi no pescoço, arrepiei-me, larguei-te e olhei-te nos olhos ‘desculpa-me, por favor, sabes que não fiz por mal’ disse-lhe eu, ele fixou o meu olhar e fechou os olhos. Abanei-o, ele olhou para mim, aproximou a cara dele da minha e disse ‘eu perdoo-te, sabes que eu também não me embebedei por mal, só queria esquecer a estúpida discussão que nós tivemos’ aproximaste-te mais e encostas-te os teus lábios aos meus, agarrei-te de tal forma que aquele beijo me pareceu um beijo de despedida e logo de seguida sussurraste já quase sem forças ‘amo-te, para semp…’ e foste abaixo, caíste nos meus braços, tentei chamar-te, abanei-te, já estava a ficar desesperado e quando olhei para ti, vi os teus olhos fechados, pus o meu ouvido no teu peito e o teu coração já não batia. Deixei-me cair contigo, caímos os dois no chão, eu chorava abraçado a ti, depositava beijos em toda a tua cara, no teu pescoço, mas tu não reagias, decidi morder-te o pescoço para ver se fazia alguma coisa, mas não fez nada, tentei ver a tua pulsação através do teu pulso, não a conseguia sentir, voltei a por o meu ouvido no teu peito, mas não ouvia nada… Deixei-te cair no chão, pus-te de barriga para cima, deitei-me a teu lado, abraçado a ti e fiquei ali dias e dias sem comer, sem beber, sem mudar de roupa, sempre ao frio, e ninguém dava conta que eu tinha desaparecido, mas eu queria ficar ali, no local onde nos tínhamos visto pela ultima vez, onde nos tínhamos beijado e abraçado a ultima vez e onde me tinhas dito ‘amo-te’ pela primeira e ultima vez, não queria sair dali nunca mais.
Amo-te meu irmão… para sempre <’33



Pronto, agora deixem a vossa opinião ^^
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